Sua empresa precisa fazer um investimento em infra, mas você não tem certeza se essa é a melhor solução? Tecnologia e negócios são áreas que não apenas podem, como devem andar juntas em uma instituição para gerar valor.
Diariamente, organizações investem para garantir o bom funcionamento de sua infraestrutura, otimizar processos e desenvolver soluções. Porém, nada disso vai trazer os retornos esperados se a sua TI não estiver alinhada aos objetivos de negócio.
Por isso, preparei este artigo para que você saiba como auxiliar sua TI na tomada de decisões sobre investimentos e evitar dispêndios. Vamos lá?
Os principais investimentos em TI
Segundo pesquisa da Advance Consulting, o mercado de TI cresceu 10,4% no Brasil em 2020. Compreendendo melhor a origem desses investimentos, notamos que uma grande parte foi destinada à contratação de serviços em nuvem (estimando mais de 50% em Iaas para os próximos anos), bem como em consultoria de TI.
A consolidação do trabalho remoto como modelo adotado por pelo menos 43% das empresas brasileiras foi um dos principais fatores para esse crescimento, assim como a vigência da LGPD a partir de Setembro de 2020. Além desses investimentos, conectividade e análise de dados tiveram muita demanda durante o período, como você pode conferir neste material.
Negócios e TI: as vantagens de trabalhar com um objetivo em comum
Felizmente, cada vez mais empresas têm considerado a TI como um investimento estratégico nos últimos anos, segundo a Gartner, e a previsão é que 50% das instituições alcancem uma maior colaboração entre TI e negócios até 2022. Porém, ainda temos muito a melhorar. O que precisa estar claro é que a falta de alinhamento entre essas áreas reflete no Retorno sobre Investimento (ROI).
Quando as áreas não falam a mesma língua, fica difícil entender quais investimentos devem ser feitos, como otimizar a utilização de recursos para evitar gargalos e o que vai proporcionar retornos.
Na prática, quando a área de tecnologia compreende as estratégias de negócio e trabalha para trazer soluções para os negócios, o que observamos é:
- Mais assertividade para alocar recursos
- Investimentos estratégicos em TI com alto retorno
- Aumento da eficiência operacional
- Melhorar a experiência e satisfação do cliente
- Segurança na tomada de decisões com base em dados
- Capacidade de detectar vulnerabilidades e propor soluções viáveis
- Compliance com a legislação vigente, evitando multas e prejuízos
Existem diversos processos, frameworks e critérios que você poderá considerar para realizar uma integração entre essas duas áreas. Hoje, a figura do CIO (Chief Information Officer) é cada vez mais forte dentro das empresas – e é a principal responsável por aplicar metodologias de alinhamento entre áreas.
Além disso, sua área comercial precisa se manter atualizada sobre as principais soluções no mercado, e isso requer uma mudança de mindset com foco na transformação digital. Só assim as áreas de negócio vão conseguir enxergar a TI como instrumento para ganhar mais agilidade nos processos operacionais.
Agora que você já entendeu a importância de promover a comunicação entre a TI e negócios, chegou a hora de conferir os primeiros passos para ajudar seu time a tomar a melhor decisão para sua empresa.
Primeiros passos para ajudar o TI a tomar uma boa decisão
Custo não é atestado de benefício nem de qualidade
Reduzir custos é uma preocupação comum na gestão, porém nem sempre a opção mais barata é a que traz um melhor custo-benefício para sua empresa. Isso porque pode ser que, na prática, uma solução mais barata não tenha certificados de segurança, não comporte a demanda da sua operação ou até mesmo não entregue o valor esperado com o investimento.
Porém, soluções mais caras também não atestam a qualidade do produto ou serviço contratado, uma vez que o preço mais alto pode se dar por diversos fatores, tais como taxas de importação, faturamento em dólares ou até mesmo no caso da contratação de uma solução mal dimensionada para as necessidades do negócio.
Vamos pensar no exemplo da contratação de uma máquina virtual: se sua capacidade de processamento for abaixo do recomendado para as aplicações que a empresa utiliza, mesmo que o preço sugira uma redução de custos, a longo prazo sua operação pode sofrer com problemas de performance e lentidão. Por outro lado, de nada adianta contratar uma máquina virtual mais cara e com nível de processamento robusto se a sua operação utiliza aplicações mais simples – isso só vai gerar dispêndios.
Identifique quando chegou a hora de investir e atualização do parque de TI
Aqui, é primordial que sua área de negócios entenda muito bem quais são os recursos tecnológicos utilizados pela empresa, onde estão alocados, se seguem padrões de segurança e disponibilidade. Enfim, entender tudo o que já está otimizado e o que ainda pode ficar melhor após uma nova contratação. Depois, é necessário avaliar as especificações das ferramentas e dimensionar a demanda para, então, encontrar uma solução que atenda às necessidades sem provocar gargalos.
Além disso, é importante entender que todos os equipamentos físicos de TI possuem um tempo de vida e devem ser substituídos ao longo do tempo, no momento adequado para evitar dispêndios. Já se sua infraestrutura de TI está alocada em um data center virtual, vale a pena entender se seu provedor de nuvem fatura em moeda nacional para prevenir imprevistos com a variação cambial.
Calcule os retornos que a nova solução para trazer para sua empresa
Se sua TI sugeriu um novo investimento em tecnologia na sua empresa, muito provavelmente já mapeou as melhorias que a contratação de uma nova solução pode trazer para sua operação. Nem todas, necessariamente, serão melhorias financeiras: há fatores mais difíceis de serem quantificados, como garantir uma experiência melhor para seus clientes ou trazer mais autonomia para determinadas áreas. Entretanto, sempre que houver a possibilidade de mensurar os impactos na operação, você poderá calcular o ROI.
O primeiro passo para calcular o ROI e entender a viabilidade de um novo investimento em TI é coletar os dados referentes a melhorias que a sua equipe quer trazer para a empresa e converter esses ganhos em dados financeiros. Depois, o próximo passo é quantificar os custos da nova solução, desde sua aquisição, passando por cálculos de hora-homem, até o valor estimado da manutenção. Por último, mensurar o ROI utilizando a seguinte equação: (Ganho ou Lucro — Custo) / Custo
Ao final, multiplique o resultado por 100 para ter uma porcentagem.
É importante notar que, quanto mais uma solução demorar para trazer retornos para o negócio, menor será o ROI. Porém, isso não significa que o investimento não vale a pena. Novamente, tudo depende dos benefícios que o seu TI quer proporcionar para a empresa – bem como da avaliação dos impactos reais dessas melhorias. Por isso, também vale a pena observar outros elementos no momento de calcular os retornos da nova solução, tais como:
- Curva de aprendizado: quanto tempo vai levar até que todos os colaboradores estejam familiarizados com a nova solução
- Período de implementação da ferramenta: haverá indisponibilidade? Quantas pessoas precisam ser alocadas no projeto e durante quanto tempo?
- Como a operação será impactada pela nova solução: aqui vale a pena detalhar todos os possíveis impactos, positivos ou negativos, da implementação da nova solução
- Qual é o tempo de vida da nova solução? Há upgrades disponíveis? Permite escalabilidade?
Chegamos ao final do artigo e agora você já sabe que, para auxiliar sua TI a fazer boas escolhas, é essencial garantir que suas áreas de tecnologia e negócios sejam capazes de trabalhar em prol dos mesmos objetivos. Além disso, você deve ter percebido que a documentação é um elemento muito importante para ter mais visibilidade sobre o ambiente computacional, quantificar esforços, resultados e compreender os impactos das tecnologias utilizadas para o negócio.
Por isso, se você quer otimizar a alocação de recursos na sua empresa e entender qual é o caminho mais assertivo para a inovação do seu parque de TI, recomendo a leitura deste artigo do nosso CBO, Luiz Fernando de Souza.